Este díptico trata do desejo - que vem desde a infância -, de tornar-se sonho, de navegar pelo mundo do imaginário e, também, de transmutar-se em outro ser, no caso das sereias, meio-humano, meio-peixe, meio-magia.

 

Sobretudo no caso das meninas, esse desejo é permeado pela carga do empreendimento contemporâneo capitalizado e 'patriarcalizado', visível em um ícone que é a Boneca Barbie. Seja pelo excesso de estímulo de consumo, dos brinquedos que nos são apresentados, do estímulo à elaboração do corpo e do padrão de beleza do momento, da sexualização, essa pressão de padronização das formas e conteúdos dos nossos desejos e de nós mesmos nos encontra de alguma forma. Neste díptico, na forma de imagem.